Na décima quarta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a força de vontade que vence mesmo as piores adversidades em Corpo.
11 de Dezembro de 2023
A dependência química
é uma doença. Esse fato que acabamos de constatar na última frase pode parecer
óbvio para alguns, mas nem tanto para outros. Isso porque os dependentes
químicos – as vítimas dessa doença -, são constantemente menosprezados e sofrem
preconceitos diariamente por aqueles que acham que falta “força de vontade” em
sua jornada.
Regis Adriano, representante do pilar Corpo na décima quarta temporada do
Podcast Plenae, sentiu essa violência na pele. Ex-usuário de drogas, o seu
vício o levou às ruas da Cracolândia, região onde se concentram usuários de
todo tipo de substância, principalmente o crack, na cidade de São Paulo.
Mas é claro que esse triste cenário não se deu de um dia para o outro. Para contar
essa história, Regis volta alguns anos em sua vida e constata ter sido sempre
um “rebelde por natureza”. De pequenos furtos ao skate nos anos 80 – prática que
era até mesmo proibida -, o hoje escritor traz em suas lembranças um quê de intransigência
que parece fazer parte de seu DNA.
“Um dia, a minha mãe desconfiou que eu tava usando droga. Ela falou, brava:
“Seu olho tá vermelho! Vem aqui, deixa eu cheirar a sua mão!”. Mas eu nunca
tinha usado nada. Só porque ela me desafiou, aí que eu quis usar mesmo. Quando
eu encontrei um amigo do skate fumando um baseado, pedi um trago. O que eu não
sabia é que eu tenho predisposição genética pra ser adicto”, relembra.
Desde o primeiro trago, Regis gostou da sensação. De lá, passou para cocaína até
que chegou ao crack. E nessa “loteria” invertida, onde o indivíduo não sabe se possui
justamente essa tendência para o vício, Regis foi “sorteado” e entrou de vez
para uma vida onde as violências estariam apenas começando.
“No terceiro ano, me envolvi com o tráfico. Eu
achava que a vida dos traficantes era mais glamurosa que a minha. Eu pegava
trem e entrava no trabalho às 7 da manhã. Enquanto isso, os traficantes andavam
de carro e sempre tinham umas minas do lado. (...) No primeiro ano de tráfico,
eu fui preso e condenado a 4 anos e seis meses de prisão. Eu fiquei 2 anos, 9
meses e 22 dias na cadeia”, relembra.
Nem mesmo nesse período, Regis largou a droga – pelo contrário, contraiu
dívidas dentro da penitenciária para sustentar o seu vício. Mesmo depois de
ganhar a liberdade e até mesmo um emprego para se reerguer, ele seguia perdendo
para essa dependência que o levou a abdicar de tudo: dos bens materiais até a
sua própria família.
Nada disso acontecia por “falta de vontade”, é claro. Regis relembra as
diversas vezes em que se internou em casas de reabilitação, mas no momento da
alta, a recaída vinha. Em uma dessas recaídas, ele desistiu e resolveu morar na
rua, mais especificamente na Cracolândia, como te contamos anteriormente.
As violências por lá são muitas: a fome, a falta de banho, de dignidade, de olhar
para um skatista e pensar que poderia ter sido esse o seu caminho, e até mesmo
a violência verbal dos que passam e a física – seja da polícia ou de um skin
head, como ele conta. A vida só começou a mudar quando Regis começou a
olhar para o problema com a ajuda de um profissional do Centro de Apoio Psicossocial,
o CAPS.
“O primeiro passo foi enxergar a minha responsabilidade por aquela situação de
vida. Várias vezes eu falava: “Ah, o cara me ofereceu droga”. Eu punha a culpa
no outro, não em mim. Aí o psicólogo me falou: “O que acontecer aqui é culpa
sua”. Eu entendi que as drogas sempre vão existir no mundo. Depende de mim
estender o braço pra pegar ou não”, pontua.
O mergulho proposto pela psicoterapia, como de praxe, foi sem volta. Mas foi só
a partir desse mergulho que Regis conseguiu enfim voltar à margem, reconhecer
os seus gatilhos e também o seu valor. O resto dessa jornada você confere no
episódio completo e vale a pena ouvir, mas prepare-se para se emocionar. Aperte
o play e inspire-se!
Parada obrigatória
Especialista na arte da negociação, Ury foi um dos convidados do evento Plenae em 2018, e revela passos simples para conseguir o sim
10 de Março de 2021
Em maio de 2017, o Plenae promoveu um evento que reuniu diversos especialistas para tratar de assuntos múltiplos, todos conectados a um - ou mais - dos nossos seis pilares. O encontro, realizado na cidade de Sintra, em Portugal, tinha como objetivo também celebrar os 80 anos de Abilio Diniz.
O sucesso foi tanto que ele voltou a se repetir em maio de 2018, dessa vez, na cidade de São Paulo. Você confere os vídeos aqui no nosso site , mas também no nosso canal do Youtube . Apesar de terem ocorrido há 2 ou 3 anos, os temas são bastante atuais e atemporais.
William inicia sua apresentação revelando que sua paixão desde a infância é ajudar as pessoas a chegarem ao sim. A união dessa vontade com a sua definição de negociação bastante simples e ampla - “é uma comunicação de mão dupla” - podem ser algumas das explicações para o seu sucesso.
Para ele, a negociação não é somente a que envolve tributos financeiros. Assim como as decisões diárias que tomamos , também estamos sempre em constante negociação, seja com a nossa família, amigos, trabalho ou nos nossos relacionamentos em geral. Pensar em suas negociações diárias pode ser um bom exercício para enxergar o movimento com a clareza que ele pede.
O acadêmico ainda traz duas novas provocações: quanto tempo você acha que gasta tentando chegar a um acordo? Se pensar nos últimos dez anos, você acha que a sua quantidade de negociações aumentou ou diminuiu? Para a primeira pergunta, ele nos lembra que negociamos muito mais do que pensamos, pois isso ocorre do momento em que acordamos até o momento em que vamos dormir.
Já para a segunda, se a sua impressão foi a de que suas negociações aumentaram com o tempo, você está correto. “Isso é o que eu chamo de Revolução da Negociação e ela está acontecendo em todos os países, porque nós, indivíduos, empresas ou sociedade, estamos tomando muitas decisões, e elas afetam diretamente nossas relações, portanto, são negociadas a todo o tempo” explica.
Em continuação, Ury define que negociação é como uma caça ao tesouro: buscar por um acordo que pode trazer valor é como achar ouro. “Imagine que há três chaves e você precisa ir a 3 cômodos, cada um com uma chave. O que eu quero fazer aqui é compartilhar essas três chaves com vocês”. O então apresentador pede que os ouvintes imaginem uma negociação que estejam enfrentando em sua vida.
E quais são essas chaves para abrir esses “cômodos”?
Conteúdos
Vale o mergulho Crônicas Plenae Começe Hoje Plenae Indica Entrevistas Parcerias Drops Aprova EventosGrau Plenae
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