Entrevista com

Daiane Silva

Nutricionista com mestrado em psiquiatria

Psiquiatria do intestino: o que suas emoções falam por você?

Entrevistamos a nutricionista Daiane Silva, cuja especialização é cuidar das suas emoções para então cuidar do seu intestino.

7 de Fevereiro de 2024



O que suas emoções falam por você? Trouxemos essa pergunta no título desse artigo porque, apesar de parecer simples, há várias respostas possíveis. Já sabemos que ela pode afetar o seu corpo como um todo, as chamadas doenças psicossomáticas que te contamos aqui, e que há até mesmo problemas dermatológicos relacionados a isso - que também te contamos por aqui.

O eixo intestino-cérebro é amplamente conhecido pelos especialistas e vem trazendo cada vez mais respostas para problemas que antes pareciam insolucionáveis. O que você talvez não saiba é que há uma área inteira dedicada a isso hoje em dia: a psiquiatria do intestino. 

Formada em nutrição, com mestrado em psiquiatria nutricional pela PUCRS, especialização em medicina funcional integrativa na americana IFM (Instituto de Medicina Funcional) e título de psiquiatria pela Fapes, Daiane Silva conversou com o Plenae para explicar as miudezas dessa relação entre o nosso aparelho digestivo e as nossas emoções. 

Mais do que isso, Daiane conta de doenças que hoje, nesse resgate às medidas simples e que agradam a todos os perfis, estão trazendo mais qualidade de vida aos pacientes. Para ela, essas questões são só a ponta de um iceberg que precisa ser olhado com mais atenção, empatia e medidas descomplicadas. Confira o papo completo abaixo!

Em linhas gerais, do que se trata psiquiatria intestinal? É uma área já reconhecida? 

Trata-se de uma abordagem da área médica que olha a saúde como um todo através das respostas do nosso órgão intestino. Então a psiquiatria nutricional é o tratamento de saúde e de algumas patologias por meio do olhar sobre a microbiota intestinal. E esse tratamento usa suplementos, alguns poucos medicamentos, a nutrição, a densidade nutricional de suplementação e o alimento a favor do paciente. 

A primeira universidade fica na Austrália e foi a Dra. Felice Jacka que trouxe esse nome “psiquiatria nutricional”. No Brasil, ela está há mais ou menos 12 anos e foi reconhecida em 2021, ou seja, praticamente ontem, um ano depois do início da pandemia. Mas na Austrália foi reconhecida há 25 anos com a primeira universidade e a Jacka foi a primeira médica a introduzir o conceito, inclusive em Harvard.

Quais caminhos te levaram a essa especialidade?

Desde sempre eu queria estudar saúde, mas não sabia exatamente o quê. Desde sempre que eu digo é com 12 anos já, porque na minha família houve muitas situações de depressão e doenças decorrentes do intestino. Éramos em 4, mais ou menos, e cada visita do médico a conta só aumentava, enquanto o estado de saúde, só piorava. E aquilo ficou na minha cabeça, eu pensava “tem alguma coisa errada, porque quanto mais medicamento, mais o intestino adoece”. 

Até que eu perdi familiares com doenças sérias do intestino e pensei “Eu quero estudar saúde, mas não quero estudar medicina em si, porque os médicos que a minha família foi não deram muito certo”. Fui pra nutrição e por lá, eu logo percebi que a faculdade tratava de doenças e de dietas muito restritivas para emagrecer. Logo no início da prática clínica eu fiquei muito frustrada, porque o paciente começava um tratamento, depois voltava a engordar, e eu vi que aquilo não era saúde - e eu queria muito estudar saúde. 

Um dia, eu estava na sexta fase de nutrição, fui em um congresso e conheci um homem chamado Lair Ribeiro. Foi ali que eu descobri a palavra intestino em sua totalidade e comecei a pesquisar muito sobre o tema. Nessas pesquisas, uma nova descoberta: um mundo chamado microbiota intestinal. Na época, parecia que eu tinha encontrado um tesouro. Eu pensava “Como que eu nunca soube disso antes? Quer dizer que a gente é enganado a vida toda e tudo é intestino?”. E aí eu comecei a minha jornada de estudo.  

Qual é o perfil do paciente que te procura?

São majoritariamente mulheres de 35 anos pra cima e que têm muita dificuldade para emagrecer. Em um primeiro contato, basta perguntar se ela está fazendo cocô que a pessoa já diz não, muitas relatam ter tido constipação a vida toda, sofrer na evacuação e viver à base de laxantes. 

Então, começamos a perguntar o que mais tem por trás disso e encontramos cansaço, depressão, ansiedade, falta de energia, dificuldade em desmamar de um medicamento. Ou seja, ela vem procurar por uma dificuldade de emagrecer ou uma constipação e percebe que o intestino é tudo, que esses problemas anteriores eram só a ponta do iceberg. 

Alguns outros médicos também vão encaminhar para um profissional que aplica o tratamento do intestino quando esse paciente não está respondendo a medicação mesmo tomando há muito tempo, quando ele está tendo estufamento abdominal, ou quando ele ele observa que esse paciente está com sobrepeso ou já na obeso mas está desnutrido, não está absorvendo os nutrientes. Tudo isso é da nossa alçada.

Você não é o que você come, você é o que você absorve. Se o teu intestino não está saudável, você não vai absorver os alimentos que você come. Você pode fazer a melhor dieta do mundo, tomar a melhor e mais cara suplementação, mas se você não tiver absorção, não vai ter resultado. 

Como se avalia a microbiota intestinal? 

A avaliação começa com algumas perguntas. O formato do cocô é uma das primeiras, porque existe a escala de Bristol que traz sete formatos possíveis e a gente investiga usando ela. Só pelo formato relatado, a gente já sabe o que o paciente está passando muitas vezes. 

Junto disso, perguntamos ainda sobre a energia, horário de sono, quantas horas dorme, quantidade de eletrônicos no ambiente de trabalho e no quarto e, por fim, histórico familiar de traumas - porque o eixo intestino-cérebro está totalmente interligado a isso. Então, por exemplo, mulheres que sofreram traumas e abusos, há um número muito gigantesco entre elas que tem disbiose, pois há tendência para isso.

Então, é através dessa não absorção, dessa dificuldade de ter um resultado, que o médico encaminha e a gente faz essa avaliação intestinal, porque ela acaba sendo uma avaliação mais integral. É o todo, porque aquilo ali é a ponta do iceberg e a microbiota reserva informações muito importantes pra gente. 

Qual é a diferença dessa abordagem para a medicina tradicional?

Na medicina funcional integrativa a gente costuma olhar o ser humano como um todo. Na medicina tradicional você é composto por partes. Então os seus ossos vão ser tratados pelo ortopedista, sua dor de cabeça pelo neurologista, a sua parte íntima pela sua ginecologista. Já na medicina funcional e integrativa não, se o seu intestino não estiver funcionando, você vai ter candidíase, enxaqueca crônica, não vai absorver nutrientes e vai ter alergias alimentares. 

Nossa primeira conduta após a anamnese é ensinar o paciente a fazer o básico, que ajudaria a tratar tudo isso, mas que às vezes a gente acaba esquecendo. O integrativo é isso, é cada vez mais os profissionais estarem voltando aos seus antepassados e fazendo práticas simples que, com essa modernidade toda, foram esquecidas, e olhando para o todo. 

Inclusive, tem um questionamento que a gente sempre faz nas reuniões clínicas que é: na era onde temos mais acesso a tecnologias e estudos científicos, por que a população está cada vez mais doente? A gente leva esse paciente a se perguntar há quanto tempo ele está nesse estado, do que ele tem esquecido, porque às vezes não é sobre o que você precisa tomar, mas sobre o que você precisa deixar de lado. 

E quais seriam essas coisas?

É uma água gratuita que você pode estar esquecendo de tomar, o quarto que era apenas para descansar e de repente está povoado com tecnologia, tem um modem, um celular, uma TV, uma Alexa - tudo aquilo está roubando a sua energia e eu quero tomar um comprimido para solucionar tudo isso, quando na verdade recuperar aquela energia poderia ser mais simples. Estamos com tantas informações que a gente acaba achando que tudo é complexo. 

Mesmo em um caso mais severo, como um paciente que possui Doença de Crohn, o primeiro passo do tratamento será relativamente simples. Haverá exclusão na qual esse paciente não poderá consumir alimentos e suplementos e nem fazer o tratamento imunobiológico por alguns dias, para que essa microbiota respire. Então, se retira, por exemplo, glúten e leite, industrializados e todos os adoçantes - esse último, não pode ser consumido de nenhum tipo. 

Fez uma exclusão de mais ou menos de 5 a 6 dias, entra com uma primeira suplementação que performa conexão de intestino e sistema endócrino, porque a gente precisa desse sistema saudável para ter absorção de nutrientes que eu vou consumir. Essa suplementação dura mais ou menos 15 dias e é básica. 

Depois, se for necessário, o paciente continua com o tratamento imunobiológico ou medicamentoso. Mas, quando ele limpa seu organismo e tira todos os resíduos tóxicos que a gente acumula por muito tempo, ele absorve inclusive um tratamento medicamentoso melhor.

Existe alguma outra dica não-medicamentosa? 

O intestino gosta de coisas simples, por exemplo, comida de verdade. Hoje a gente vive uma pandemia nutricional onde a gente não consegue fruta porque tem carboidrato, não pode comer banana, manga, porque engorda. Então comida de verdade, colorida, mas não monótona. Sentir o sabor dos alimentos é muito importante, mesmo que seja uma marmita na rua, mas que seja algo que faça sentido pra mim. Quantas vezes a gente faz dieta restritiva por algum motivo, sendo que o intestino gosta de rotatividade de comida.

Outra dica são os exercícios ao ar livre, essa conexão com a natureza mais profunda, sentir a vitamina do sol sem protetor solar ou poluentes na minha pele, porque os disruptores endócrinos adoecem o intestino também. Dormir bem e sem interferências, porque eu só produzo hormônio quando eu durmo. E quais são essas interferências hormonais? Wifi, 4G, 5G, celular na altura da cabeça carregando na cabeceira da cama. A mulher está fazendo tratamento hormonal, mas está carregando o celular na cabeceira da cama, não vai ter o resultado que poderia. 

O manejo do estresse também é fundamental. Hoje em dia eu acredito que não tem como viver numa bolha sem se estressar, mas como eu faço esse manejo? Com práticas de respiração, meditação - e só de sentar em silêncio, você já está meditando. Ter um hobby que você gosta, leitura, cozinha, jardinagem, alguma prática que faça sentido, isso já é o manejo de estresse. 

É importante não se automedicar, não se auto suplementar, quantas pessoas vão uma vez ao médico, pegam uma receita e depois nunca mais repetem o exame e seguem com o mesmo tratamento? Isso tudo são práticas não-medicamentosas que melhoram a saúde do intestino. Viu como eu estou falando de estratégias simples? São simples de serem aplicadas, quase não custam dinheiro, mas a gente esquece. 

Do que se trata o sistema intestino-endócrino que você mencionou? 

Essa é uma parte muito importante. O que seriam? Produtos que nós usamos no nosso dia a dia e que inibem ou impedem que o meu intestino absorva nutrientes e atrapalham a produção de hormônios importantes para isso. Por exemplo, uma pessoa que tem doença de Crohn, tem que cuidar dessa pessoa para que ela absorva o que ela come. Mas se ela usa muitos disruptores como sabonete vaginal, creme na pele, protetor na pele, muitos cosméticos no corpo inteiro, então isso tudo vai bloqueando a absorção porque o meu corpo não respira. 

E ainda falando de mulher, porque é o perfil do meu paciente, o que ela faz logo cedo? Acorda e já passa um desodorante cheio de alumínio, protetor solar, creme no corpo, óleo corporal, creme nos pés e nas mãos, esmalte… Isso não deixa espaço pro nosso corpo respirar. Então quando se fala em psiquiatria nutricional, nada mais é do que você ser você mesma, na sua essência, sem muita informação. Criar pausas durante a semana, pra você ficar sem maquiagem, cabelo lavado, sem protetor térmico ou creme corporal, deixar o nosso corpo ser a sua essência mesmo, isso ajuda muito a recuperar a microbiota intestinal. 

E nesse caso, há suplementação específica?

Só pra citar um exemplo muito simples do que o eixo intestino-sistema endócrino e intestino-cérebro se conectam: glutamina, ômega 3, coezima Q-10, cúcruma, são suplementos simples, de fácil acesso, não têm efeito colateral e qualquer aluno poderia tomar, mesmo quem tem diabetes, pessoas muito jovens, mulheres na menopausa, todos. 

É uma suplementação simples porque o meu intestino e o seu têm a mesma necessidade, eu provavelmente tive mais inflamação pela idade do que alguém mais jovem, mas vamos supor que aos 20 anos você teve um trauma muito grande de dor, o eixo intestino-cérebro recebe como uma bomba e nesse sistema de dor ativa uma enzima tóxica, a monoamina, que começa a inibir a absorção de nutrientes. 

Então às vezes seu corpo vai dando sinais muito simples, por exemplo, comer algo e não passar bem, e aí você se dá conta de que depois de uma dificuldade, algumas coisas foram aos poucos se tornando mais difíceis. Porque é isso, sempre quando a gente não olha, a conta vai chegar. 

Por fim, podemos falar sobre eixo intestino-cérebro?

Não existe um tratamento eficaz em depressão, ansiedade e até obesidade sem falar em emoção e em eixo intestino-cérebro. Então quando eu tenho uma dor emocional, uma mulher que não perdoa, não acessa esse trauma que ela viveu na vida, ela não consegue ter performance na sua saúde. 

Dentro do meu curso tem um módulo chamado detox emocional, onde por meio de algumas perguntas que eu faço pras minhas alunas sobre momentos da sua vida, elas voltam em situações que elas viveram. E eu conduzo elas com uma pergunta, uma conversa, a ressignificar isso. Então se você não tivesse passado por isso, como seria? Eu passei uma dor de saúde na minha família, mas isso me levou a minha profissão, a eu ajudar muito as pessoas. 

O paciente ressignifica esse trauma e dá um novo sentido pra vida, e isso vai ajudando a produzir hormônios como ocitocina, aumentando níveis de cortisol e baixar hormônios que inflamam. É muito comum você ver mulheres que não perdoam, que não conseguem se desvincular de dores do passado, e estão sempre com imunidade baixa. Quando você acessa essa emoção e consegue olhar sob outra perspectiva, isso te gera um sentimento de conquista. 

Então o emocional é um pilar muito importante. Se você me perguntasse três pontos importantes do tratamento do intestino com a psiquiatria, eu diria comer comida de verdade, coisa que estamos esquecendo porque achamos que tudo tem que ser low carb e suplementação proteica é o primeiro.

O segundo é acessar emoções que te causaram dor e dar um novo sentido a elas - e cada um vai saber o que fazer; e o terceiro seria descansar e dormir, porque hoje somos ensinados a ter que dar conta e a gente está esquecendo que o corpo precisa descansar. Só com esses pontos a vida muda bastante e o paciente já começa a dar um grande start no manejo da sua saúde.  

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#PlenaeApresenta: Wanessa e a coragem de enfrentar a si mesmo

O Plenae Apresenta a história da cantora Wanessa, participante da nona temporada do Podcast Plenae!

5 de Setembro de 2022



Respiração e batimentos acelerados, mãos suadas, sensação iminente de perigo, agitação. Esses são alguns sintomas de quem sofre de ansiedade, e que em sua pior versão, pode evoluir para uma Síndrome do Pânico. É a realidade da cantora Wanessa, que lida com esse transtorno mental desde os 20 anos de idade e que, recentemente, resolveu tratar a questão de forma não-medicamentosa.

Representando o pilar Mente na nona temporada do Podcast Plenae, a artista reconheceu que o seu principal gatilho é justamente o medo da morte. Isso se deve, provavelmente, ao fato de que durante a infância, ela esteve frente a frente com a finitude de múltiplas formas.

“Com seis meses de vida, eu sofri com uma pneumonia grave e fui parar na UTI. Com 1 ano de idade, eu abracei um ferro quente e precisei fazer uma raspagem por causa de uma queimadura de quinto grau. Aos 3 anos, eu engoli um parafuso de uns 3 centímetros. (...) Com 6 anos, eu fui atropelada e desmaiei, mas permaneci consciente. Eu lembro de estar sozinha num lugar escuro, pensando: ‘Eu morri? O que aconteceu comigo? Por que eu não consigo acordar?’”, relembra. 

Sua primeira crise foi já jovem adulta, durante um jantar com amigas onde nada parecia justificar a sensação de morte iminente. Acontece que, quando se trata de um transtorno mental, não existe algo “do nada”, mas sim a junção de pontos que foram ignorados ao longo do tempo. 

Nessa época, ela buscou ajuda de médicos e de remédios, caminho comum para quem lida com um transtorno desse tipo. Após um tempo de tratamento, ela decidiu parar a medicação e, por muito tempo, ficou bem. Foi quando a pandemia chegou e, com ela, novas crises, nascidas de novos receios. 

“Bem no começo da pandemia, eu peguei covid e, um mês depois, comecei a sentir um cansaço extremo. O meu corpo não esquentava, eu tremia e tinha confusão mental. Fiquei muito estressada, até descobrir que eu estava com hipotireoidismo. Esse diagnóstico aumentou a minha ansiedade, que já estava alta desde o começo da quarentena, com aquele caos no mundo”, diz.

Além de sua própria experiência com a covid, ela também enfrentou perdas como a do avô e a do empresário. Novamente, a morte entrou em curso. Em um certo momento, ela passou a ter crises de pânico diariamente, até mesmo em momentos críticos, como no volante, enquanto dirigia. Nesse momento, ela procurou psicólogos e psiquiatras e voltou para a medicação, mas a questão parecia só piorar.

“Sugeri para os meus médicos: ‘Vamos juntos tentar sem medicação?’. Eu sei muito bem que, com o remédio alopático, eu ia melhorar em questão de dois meses. Eu ia me sentir confortável, me distrair e parar de olhar para mim mesma. Ia relaxar e largar o processo terapêutico, igual da outra vez. (...) Eu só tinha varrido a sujeira para baixo do tapete. Nesse reencontro com o pânico, eu não podia mais tapar o sol com a peneira. Eu decidi mergulhar profundamente em mim, para entender o que estava acontecendo comigo”, conta. 

A primeira parte do processo terapêutico foi apagar o incêndio, enxugar a inundação, limpar a casa e ver onde estavam as goteiras, como conta ela. Foi preciso identificar seus gatilhos de uma vez por todas para se manter alerta para os próximos momentos. 

"Hoje, quando eu percebo algum sinal de alarme no meu corpo, eu não espero mais chegar no lugar do descontrole para agir. Eu aprendi técnicas para navegar junto com a crise, até ela passar. Oração, respiração e meditação guiada para aplacar a ansiedade funcionam muito para mim. Eu também uso estratégias de afirmação para acalmar o meu lado racional. Eu repito para mim mesma: “Você já teve esse pânico 10 mil vezes. Você fez todos os exames. Não tem nada no seu coração. O seu pulmão tá limpinho etc.”. Vou escaneando o meu corpo, até entender que o sintoma é só um truque da minha mente mesmo”, conta.

Com a terapia, Wanessa também identificou a origem dos seus sofrimentos em um TOC nunca antes diagnosticado, seguido de uma hipocondria que gera o medo da morte iminente. Hoje, além das técnicas utilizadas mencionadas, ela também precisou admitir que não há uma bala de prata que vá solucionar tudo. Fazer as pazes com o fato de que crises ocorrerão e que você falhará de alguma forma é parte do tratamento. 

“Eu tenho buscado ser uma pessoa mais leve, menos crítica comigo mesma. Eu sempre me castiguei muito quando errava, porque tudo tinha que sair perfeito. E eu vi que não tem como eu ser, ao mesmo tempo, boa mãe, boa profissional, boa filha, boa amiga, boa para mim mesma… Não dá! Alguma coisa vai falhar”, pontua. 

Ela também passou a se importar menos com o exterior por estar olhando com mais atenção para o interior, mas pretende deixar como um de seus legados falar desse assunto sem tabu e, assim, ajudar outras pessoas que possam se sentir da mesma forma que ela e não conseguem explicar.

E você, estaria disposto a mergulhar tão profundamente dentro de si durante uma crise? Inspire-se na coragem de Wanessa e ouça seu episódio apertando o play aqui dessa tela, ou no seu streaming de música favorito!

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