Coloque em prática

Como higienizar corretamente os alimentos?

Para uma alimentação verdadeiramente saudável, é fundamental falar sobre a limpeza correta dos alimentos frescos - base da pirâmide alimentar.

12 de Março de 2024


Todo mundo sabe que comer legumes, frutas e verduras é importante para a saúde e isso ultrapassa qualquer dieta específica ou dita milagrosa. Essa é uma recomendação dos principais órgãos competentes por todo o mundo - como é o caso do Ministério da Saúde aqui no Brasil. 

Mas, não basta se alimentar somente deles: é preciso que haja equilíbrio entre todas as “famílias” de alimentos. É por isso que a pirâmide alimentar existe. Trata-se de uma métrica criada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em 1992, a Pirâmide dos Alimentos é um instrumento educativo que pode ser facilmente usado pela população, como explica o guia de alimentação saudável do Ministério da Saúde

A pirâmide alimentar


Essa pirâmide mostra o que devemos comer na nossa rotina sem a pretensão de ser uma prescrição rígida, mas sim um guia geral que nos permite escolher uma dieta saudável e conveniente e, mais importante, que garanta todos os nutrientes necessários para a nossa saúde e bem-estar.

Ainda segundo o mesmo guia, os princípios da alimentação saudável são: 

  • Variedade: é importante comer diferentes tipos de alimentos pertencentes aos diversos grupos; a qualidade dos alimentos tem que ser observada.

  • Moderação: não se deve comer nem mais nem menos do que o organismo precisa; é importante estar atento à quantidade certa de alimentos. 

  • Equilíbrio: quantidade e qualidade são importantes; o ideal é consumir alimentos variados, respeitando as quantidades de porções recomendadas para cada grupo de alimentos. Ou seja, “comer de tudo um pouco”.

Em sua base, está o grupo dos pães, cereais, massas e vegetais, responsáveis principalmente pelo fornecimento da energia para o nosso organismo - e por isso devem ser consumidos em maior quantidade. Mas, logo na sequência há o grupo dos vegetais e grupo das frutas, cuja função é parecida: chamados de alimentos reguladores, eles são muito importantes pois fornecem todas as vitaminas e minerais de que precisamos, sem contar o fato de serem ricos em fibras. 

Segundo as orientações oficiais, devemos comer de 3 a 5 porções de vegetais e de 2 a 4 porções de frutas todos os dias. Porém, por serem alimentos frescos, eles estão mais sujeitos à contaminação do que os industrializados, que apesar de serem muito mais pobres nutricionalmente para o nosso corpo, possuem a vantagem de passarem por um controle mais rigoroso de higienização. Mas é justamente na contaminação que moram doenças importantes e que não só podem como devem ser evitadas. 

Sendo assim, não há como falar de alimentação saudável para uma vida com saúde sem mencionar as técnicas ideais para que essa higienização seja feita. A seguir, daremos dicas descomplicadas para esse processo. 

A higienização correta dos alimentos


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos cerca de 600 milhões de indivíduos no mundo adoecem e 420 mil morrem em decorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA). E tudo começa na hora da compra, como explica o artigo do Ministério da Saúde

Observe a aparência, cor, presença de fungos, entre outros sinais de uma decomposição já em estágio avançado. Frutas, legumes e verduras não devem ser consumidos caso tenham partes estragadas, mofadas ou com coloração e textura alteradas.

Antes de manusear qualquer alimento, é importante que você também higienize bem as suas mãos. Como explicou o pneumologista Sérgio Pontes Prado neste artigo do Plenae, é importante que você lave as mãos por pelo menos 20 segundos, sem deixar de lado nenhuma de suas superfícies. 

“Não esquecer no meio dos dedos, a ponta de cada um deles também, além do dorso da mão e dos punhos” diz o doutor. Dica importante: dê uma atenção maior para cada dedo e cante sua música favorita enquanto faz isso. Assim você se habitua a sempre levar o mesmo tempo e ainda se diverte no processo.

Agora, hora de partir para as comidas. Se for necessário, retire as partes que não servem para consumo por estarem danificadas. Isso pode ser uma folha ou uma uva do cacho, tanto faz o alimento que estamos tratando, mas esse é o passo seguinte depois da higienização das mãos.

Agora leve suas frutas, verduras e legumes para lavar em água corrente, de preferência uma por uma no caso de folhas. Em seguida, é hora de deixar de molho, etapa muito importante tanto para a descontaminação quanto para o armazenamento posterior.

Segundo Elisabete Costa, nutricionista e mestre em ciências de alimentos com base em biologia, ao jornal Estadão, até há artigos científicos que mostram soluções de limão ou de vinagre fazendo a redução da contaminação, mas não há um protocolo de uso.

Por isso, o ideal é o uso de produtos autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (a Anvisa), como o hipoclorito de sódio. A saturação de cloro ativo seja de no mínimo 1,5% e no máximo 2,5%, que é a água sanitária comum, desde que sem corante ou perfume, e por no mínimo 10 minutos.

Para esse molho, use água sanitária com 1% de hipoclorito de sódio ou hipoclorito de sódio a 1% diluindo 2 colheres de sopa para cada litro de água. Se for concentração de 2,5% de hipoclorito de sódio, dilua 1 colher de sopa para cada litro de água. Não se esqueça de enxaguar depois com água corrente!

Para o consumo de alimentos crus, Elisabete explica que é preciso primeiro retirar a “sujidade” na água corrente. “Em seguida, coloque-os também em uma mistura de 10 ml de hipoclorito, que seria uma colher de sopa para 1 litro de água. Nesse caso, deixe de 15 a 30 minutos”, diz. 

Após essa etapa, faça o enxágue mecânico na torneira, que, além da sujeira restante, ainda consegue retirar ovos de parasitas resistentes ao cloro. Não subestime essa água corrente e nem a retirada do excesso de água posterior. Secar corretamente os seus alimentos é o que fará com que eles tenham uma durabilidade maior dentro da geladeira, preservando a sua textura e dificultando novas contaminações.

Para os alimentos cuja casca é retirada para o consumo ou que serão fervidos durante o seu processo de cocção, somente a higienização na torneira. Aqui, uma informação importante para finalizar: não se lava proteína animal com água. “Lavar carnes, especialmente a de frango, na pia da cozinha pode espalhar potenciais patógenos no ambiente, representando uma prática de risco”, explica o coordenador da pesquisa, Uelinton Manoel Pinto, ao jornal da USP.

Segundo ele, o consumo de alimentos de origem animal mal cozidos ou crus é um risco e o recomendado é cozinhar o alimento a uma temperatura mínima de 74°C para garantir a inativação de patógenos que podem estar presentes no produto cru. “Lembrando que nem todo produto cru de origem animal contém micro-organismos patogênicos, mas existe esse risco e o cozimento adequado garante que esses micro-organismos sejam eliminados ou reduzidos a níveis seguros”, conclui.

Pronto! Agora você já sabe o que fazer para evitar que a cozinha de sua própria casa vire um campo de contaminação, protegendo você e sua família. Também te contamos como evitar desperdícios em casa - e esses são os caminhos principais para uma economia doméstica inteligente e importante para o meio ambiente.

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Coloque em prática

O uso de telas na infância: qual é o tempo saudável?

É impossível proibir seu filho de usar telas atualmente. Mas especialistas apontam para os riscos da prática exacerbada e dão dicas de como tornar isso saudável!

31 de Julho de 2023


Se você que está nos lendo é pai ou mãe, com certeza o uso de telas e os questionamentos ao redor do assunto já passaram pela sua cabeça. Em tempos modernos, onde nosso lazer, relações e até trabalho estão majoritariamente concentrados em um ambiente virtual, é quase ilusório imaginar uma rotina sem telas para os pequenos. 

Até porque, nem mesmo conseguiríamos dar esse exemplo, certo? E está tudo bem: usando com parcimônia e sabedoria, há muitos ganhos com a presença da tecnologia na infância. Mas, é preciso, claro, alguns cuidados. Ouvir o que os especialistas dizem pode ser sempre o primeiro e melhor caminho! 

A primeiríssima infância

A “Velha Infância”, cantada pelo grupo nacional Os Tribalistas, aqui pode ser cravada como a primeira infância. Segundo o Ministério da Saúde, esse período se dá desde a concepção do bebê - que é um feto, mas que já sente os estímulos externos -, até os seis de anos de idade. 

O que a ciência já sabe é que essa é uma fase bastante importante e extremamente sensível para o desenvolvimento do ser humano no futuro. É nesse período, afinal, que toda a sua estrutura emocional e afetiva é formada e que áreas fundamentais do cérebro relacionadas à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado são desenvolvidas.

E é por isso também que as experiências vividas nesse período, incluindo a própria gestação, como comentamos, influenciam e perduram por toda a vida. Neste artigo, te contamos um pouco mais sobre como o que carregamos dentro de nós desde que somos crianças reverbera até a nossa maturidade - e o que pode ser feito a respeito.

A boa notícia é que nessa fase, os estímulos positivos também são mais absorvidos e ficam igualmente marcados nessa criança. A primeira infância é, portanto, uma janela de oportunidades para que esse indivíduo desenvolva todo o seu potencial e forme uma arquitetura cerebral sólida e consistente. Aqui, é bem-vindo usar e abusar da neuroplasticidade, capacidade cerebral que todos nós temos, mas que é ainda mais potente na infância - e que te contamos com mais profundidade aqui. 

A iniciação tecnológica

Segundo a Organização Mundial da Saúde, antes dos dois anos de idade, a exposição a telas eletrônicas, seja por qualquer período de tempo, não é recomendada. Entre os dois e quatro anos de idade, esse tempo de tela “sedentário”, ou seja, que não possui nenhuma função educacional, por exemplo, não deve ser superior a uma hora por dia. Veja abaixo as recomendações: 

  • De 0 a 2 anos de idade: a exposição a telas não é recomendada

  • De 2 a 5 anos de idade: o mínimo possível, nunca ultrapassando 1 hora

  • Dos 5 aos 17 anos de idade: no máximo, duas horas por dia

A Sociedade Brasileira de Pediatria, em documento oficial, também endossou as mesmas diretrizes e ainda acrescentou mais algumas. São essas orientações:

  • Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão para crianças com idades entre seis e 10 anos;

  • Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão; nunca “virar a noite” jogando para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;

  • Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;

  • Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;

  • Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;

  • Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores;

  • Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.

Os percalços tecnológicos

Segundo o mesmo documento, as novas mídias trazem um problema específico, que é preencher vácuos importantes para a formação de um ser. O ócio, tédio, necessidade de entretenimento, abandono afetivo ou mesmo pais ocupados, muitas vezes, com seus próprios celulares, são parte desse problema. 

As consequências, tanto do acesso a conteúdo inadequado quanto do uso excessivo, são várias: abusos de privacidade, distúrbios de aprendizado, baixo desempenho escolar, atrasos no desenvolvimento, entre outros. A SPB ainda reforça que, “experiências adquiridas por crianças e adolescentes por meio das telas – como a aprendizagem da agressividade e intolerância manifesta nos jogos e redes –, se não forem melhor reguladas, terão impacto no comportamento e estilo de vida até a fase adulta.”

Por fim, além dos problemas cognitivos já mencionados, o abuso de telas pode contribuir ainda para: 

  • Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas;

  • Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;

  • Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;

  • Transtornos do sono e de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;

  • Sedentarismo e falta da prática de exercícios;

  • Bullying & cyberbullying;

  • Transtornos da imagem corporal e da autoestima;

  • Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual;

  • Comportamentos autolesivos, indução e riscos de suicídio;

  • Aumento da violência, abusos e fatalidades;

  • Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador;

  • Problemas auditivos e PAIR, perda auditiva induzida pelo ruído;

  • Transtornos posturais e músculo-esqueléticos;

  • Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras drogas.

Nem tudo são espinhos

Se nem tudo são flores, nem tudo são espinhos. O documento assusta - e deve mesmo assustar, afinal, trata-se de um assunto sério. Mas, é tudo uma questão de hábito. Se o seu filho se habituou a ficar horas e horas em frente a tela, ele pode se habituar ao desmame também. 

Grande parte desse desmame precisará de uma atuação intensa dos pais. No lugar de uma tela para distraí-lo, é preciso que você enquanto tutor ofereça carinho e tempo de qualidade. Com o trabalho e as muitas demandas do dia a dia, isso pode ser um desafio, nós sabemos. Mas, como explica a dra. Evelyn Eisenstein, membro do Grupo de Trabalho e uma das autoras do Manual da SBP nada substitui o afeto humano. 

“O olhar, a expressão facial, todo esse contato com a família é vital para a criança pequena. Uma fonte instintiva de estímulos e cuidados que não pode ser trocada por telas e tecnologias e são fundamentais para o desenvolvimento da linguagem, das habilidades cognitivas e sociais. Atrasos nessas áreas são frequentes em bebês que ficam passivamente expostos às telas, por períodos prolongados”, disse.

Além disso, mesmo durante o uso permitido, a mediação dos pais é extremamente necessária para a proteção até mesmo da integridade dos seus filhos. Respeitar a idade estipulada para cada vídeo ou filme, por exemplo, é um caminho seguro. Travar determinados conteúdos que podem ser inapropriados e até estar ao lado dele durante esse uso, mergulhando nesse universo, também. 

Você deve ainda servir de exemplo. Não use o celular à mesa ou em momentos familiares e restrinja o seu próprio tempo de tela - que fará bem para a sua saúde também, consequentemente - e, assim, observe os benefícios em sua relação. Práticas como sharentingque te contamos aqui, devem ser evitadas, ou seja, a alta exposição da imagem do seu filho circulando em suas mídias sociais.

O uso de telas irá acontecer, invariavelmente, como já dissemos. Mas, que tal instigar o seu filho para que esse uso seja destinado a coisas mais educativas, como canais específicos para sua idade e que tragam algum tipo de informação útil? Tudo de maneira muito lúdica, é claro, mas isso é unir o útil ao agradável. 

Por fim, se o problema for muito grave e o vício for intenso, psicólogos infantis já estão aptos a lidarem com essa situação que é uma herança dos novos tempos, impossível de fugir. Você pode procurar um profissional de sua confiança que irá ou não encaminhar para outros profissionais, em um tratamento multidisciplinar. Uma coisa é certa: estar atento ao problema já é o primeiro passo rumo à cura - que existe!

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